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O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E O RACISMO SÓCIO- HISTÓRICO-CULTURAL

  • Foto do escritor: Wellington Silva
    Wellington Silva
  • 1 de jul. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de nov. de 2022




Um pesadelo ronda a sociedade brasileira; o pesadelo do Racismo Sócio-histórico-cultural. Este, é uma das mais perversas heranças do modelo colonial-escravista imposto ao nosso território com o desenvolvimento e expansionismo do Sistema do Capital.


A escravidão, modelo de exploração para acumulação, centralização e concentração de capital, teve no território brasileiro características particulares. Vale lembrar que o negro não foi por excelência o escolhido. Mas sim, a etnia que devido a vários fatores foi transformada em sinônimo de escravo.


A escravidão negra perdurou quase 300 anos e legou a sociedade brasileira um dos nossos grandes pesadelos. O Racismo Sócio-histórico-cultural. Podemos afirmar que este, é chave mestra desde o fim da escravidão — ocorrida em 13 de maio de 1888 — para manutenção da sociedade de classe necessária a permanência do capitalismo.


A luta contra o escravismo foi tão intensa que possibilitou a percepção pelas elites de que tal modelo não era mais viável. E, para realizar o fim da escravidão, mantendo-a — elemento fundamental para a manutenção da continuidade da acumulação através da divisão social do trabalho a partir da cor da pele — quase que intocável. Estas elites impediram que o seu fim ocorresse através da luta emancipatória. Anteciparam-se e a concederam.


Portanto, o fim da escravidão foi uma concessão das elites que possibilitou o que denominamos, de Racismo Sócio-histórico-cultural. Ou seja, o racismo no Brasil é antes de tudo, social, histórico e cultural. Sua fundamentação está na divisão social do trabalho no contexto de uma sociedade estratificada. Nesta, a mão de obra mais barata — dentro do contexto de alteração social sem mudanças estruturais — “naturalmente” são os ex-escravos e seu descendentes.


Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes dos negros fugidos agrupado em quilombos. Tinha consciência que o peso que recaia sobre as costas de seus irmãos devido a cor de sua pele. Para tanto, buscou constituir formas de organização dos quilombos que efetivasse uma produção e reprodução social coletiva e comum. Contrariando assim, a sociedade estratificada existente no território brasileiro.


O Dia da Consciência Negra é uma homenagem merecida a Zumbi dos Palmares. Mas, também, representa um reconhecimento e valorização da população negra. Como também, de denúncia dos crimes cotidianos sofridos por esta etnia. Assim é acima de tudo um dia de consciência de classe.


Embora os negros se encontrem na atual posição da divisão de classe — a mais degradada, degenerada e explorada. O que faz desta etnia, a mais violentada na sociedade estratificada. No entanto, é preciso a compreensão de que, não é a cor que criou e mantém a estratificação social na sociedade de classe. Mas, sim, o sistema de produção e reprodução social baseado na exploração de mais-valor para acumulação de capital.


A luta pela Consciência Negra é a luta pela Emancipação Humana que só pode ser realizada em uma Sociedade Sem Classes.


Que a Consciência Negra seja um elemento para a Emancipação Humana!


Wellington Silva, é professor de História, Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela MUST. Possui Especialização em Sociologia Política; e em, História do Brasil, é Licenciado em História.


Texto publicado inicialmente na página do Facebook da Emancipação Comunista - Organização Marxista no dia 20 de novembro de 2020.



 
 
 

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